Julio Severo
O presidente Jair Bolsonaro escolheu, em 10 de julho de 2020, Milton Ribeiro para ser o novo ministro da Educação.


Pastor da Igreja Presbiteriana em Santos, Ribeiro é advogado, militar da reserva e tem formação em teologia e foi vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Entre as qualidades que fizeram com que fosse escolhido, está o “apreço à família e aos valores.”

Um desses valores, que é detestado pelo feminismo, é o papel do marido como cabeça da família. Ribeiro disse que a figura paterna é que deve dar o direcionamento da casa, através da imposição. “Quando o pai é ausente dentro da casa, o inimigo ataca,” disse Ribeiro. “O pai, segundo a Bíblia, é que aponta o caminho que a família vai.”
Talvez a maior fúria da esquerda contra ele veio porque em 2016, dentro de uma igreja presbiteriana, ele fez uma pregação intitulada “A Vara da Disciplina.” Nessa pregação, ele fez declarações que horrorizaram esquerdistas. Entre as declarações, estão:
“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa.”
“Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-la.”
“Não estou aqui dando uma aula de espancamento infantil, mas a vara da disciplina não pode ser afastada da nossa casa.”
“Talvez uma porcentagem de crianças muito pequena, de criança precoce, superdotada, é que vai entender o seu argumento. Deve haver rigor, desculpe, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: devem sentir dor.”
Contudo, essa postura bíblica está em descordo com a atual lei brasileira, que proibe todo tipo de disciplina física em filhos, inclusive mediante tapa, chinelada ou vara. Essa lei foi aprovada por socialistas durante o governo da socialista Dilma Rousseff em 2014.
Esquerdistas costumam tratar a disciplina física como “violência,” mas ficam chocados quando a realidade mostra que o aborto provocado, que eles defendem apaixonadamente, é violência real, com muita dor, sofrimento e derramamento de sangue. Abortar uma criança inocente é um milhão de vezes pior do que levar varadas de correção e qualquer indivíduo que defende o aborto deveria ser preso por abuso infantil. Indivíduos que defendem doutrinação homossexual para crianças também deveriam ser presos por abuso infantil. Mas são exatamente esses indivíduos desequilibrados e violentos que pregam que a vara da disciplina usada pelos pais é “violência.”
Só pela coragem do Pr. Milton Ribeiro defender a vara da disciplina sob risco de ser linchado por socialistas que adoram trucidar bebês por meio do aborto, ele merece o apoio dos cristãos.
Só tenho algumas dúvidas. Como ele foi vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ele nunca pôde deter ou pelo menos protestar contra professores marxistashomossexualistas e abortistas ali? A Universidade Presbiteriana Mackenzie chegou a contratar a professora Márcia Tiburi, uma das maiores ativistas abortistas do Brasil.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie é tão liberal na contratação de professores esquerdistas que um pastor presbiteriano, que se identifica como ativista gay, defendeu essa universidade e me atacou.
Qual é a postura do Pr. Ribeiro com relação ao notório liberalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie? Não sei.
Além disso, como calvinista, Ribeiro não representa o perfil dos evangélicos brasileiros, que são predominantemente pentecostais e neopentecostais. Mesmo sendo uma minoria entre os protestantes brasileiros, os calvinistas não foram eleitores proeminentes de Bolsonaro. No entanto, a maioria dos neopentecostais e pentecostais votaram nele por falta de opção e porque odeiam o ativismo homossexualista e o aborto no governo brasileiro.
Talvez o Presidente Jair Bolsonaro tenha nomeado Ribeiro como ministro da Educação por respeito aos evangélicos, que foram seus principais eleitores em 2018. Mas parece que esse respeito não é muito grande. Ao que tudo indica, ele não quer deixar os evangélicos influenciarem muito o Ministério da Educação.
Logo antes de nomear Ribeiro, Bolsonaro nomeou vários adeptos de Olavo de Carvalho para o Conselho Nacional da Educação, a fim de garantir que a influência de Carvalho prossiga na educação brasileira.
O Conselho Nacional de Educação é um órgão colegiado integrante da estrutura do Ministério da Educação que atua na formulação e avaliação da política nacional de educação. Dessa forma, o MEC estará sob direção de um presbiteriano, mas a formulação da política nacional de educação estará na prática sob a direção de olavistas.
A nomeação de olavistas no Conselho Nacional da Educação pode indicar que Bolsonaro se encontra hipnotizado pelo fascismo esotérico de Carvalho, pois todas as suas nomeações de olavistas foram um fracasso. Não há justificativa para continuar tais fracassos.
Não é de hoje que os evangélicos, que foram considerados vitais para a eleição de Bolsonaro, ansiavam um cargo de ministro da Educação. Logo no início de 2019, o televangelista Silas Malafaia havia recomendado o evangélico Guilherme Schelb para o Ministério da Educação, mas sua recomendação virou pó diante da influência do guru esotérico Olavo de Carvalho, que indicou seu adepto Ricardo Vélez.
Uma boa qualidade de Vélez: ele não gostava do socialismo. Duas péssimas qualidades dele: Ele não gostava de Trump, mas gostava de Hillary Clinton.
Quando Vélez virou desastre no Ministério da Educação, o próprio Bolsonaro confessou que o havia escolhido cegamente. Ele disse:
“Errei no começo quando indiquei Ricardo Vélez como ministro. Foi uma indicação do Olavo de Carvalho? Foi, não vou negar… Depois liguei para ele: ‘Olavo, você conhecia o Vélez de onde?’”
Mesmo com o fracasso de Vélez, Bolsonaro deu nova oportunidade a Carvalho, que indicou Abraham Weintraub em maio de 2019. Sem demora, Weintraub anunciou que uma de suas prioridades seria aumentar o número de creches. Minha reação veio no artigo “Ministro da Educação Abraham Weintraub e seu socialismo de direita ou estatismo de direita,” em que eu disse:
“O conceito de creche — de afastar a criança da mãe o mais cedo possível — é um conceito adotado, defendido e amplamente praticado no socialismo.”
Supõe-se que Bolsonaro não tenha dado a Carvalho oportunidade de fazer uma terceira indicação (desastrosa) porque logo no ínicio de junho de 2020, Carvalho chamou o governo Bolsonaro de “merd*,” dizendo que pode derrubá-lo.
Em junho, Bolsonaro escolheu o batista tradicional negro Carlos Decotelli. Foi uma escolha desastrosa, pois Decotelli se mostrou desonesto. Bolsonaro parece incapaz de fazer escolhas que não sejam desastrosas no Ministério da Educação, e de longe os maiores desastres vieram os adeptos de Carvalho.
Em janeiro de 2020, Bolsonaro demitiu Roberto Alvim, a principal autoridade da cultura brasileira, depois que Alvim citou o nazista Goebbels enquanto falava sobre arte nacionalista em um vídeo que tinha o compositor favorito de Hitler tocando ao fundo. Alvim é um adepto fiel de Carvalho.
Para a Fundação Nacional de Arte, Bolsonaro nomeou Dante Mantovani, um fiel adepto de Carvalho. Depois que Mantovani falou sobre o que ele nunca deveria falar, ele foi demitido. Depois de intensa pressão de Carvalho, ele foi reempossado e novamente demitido.
Entre declarações estúpidas de Mantovani estão:
“Terrabolistas são ótimos em fazer piadinhas acerca da auto-evidente planicidade da superfície terrestre, mas são absolutamente incapazes de apresentar um único argumento ou prova da delirante esfericidade da Terra. O mais próximo que chegam de um argumento em favor da bola giratória são as imagens de computação gráfica feitas pela agência de desinformação e propaganda da Guerra Fria, a NASA, cujos próprios autores já vieram a público dizer que é tudo fake.”
Olavo de Carvalho, o guru de Mantovani, Alvim e outras autoridades do governo brasileiro, finalmente reconheceu que fez uma recomendação errada no caso do ministro da Educação. Ele confessou que recomendou Vélez a Bolsonaro, apesar de não ter contato com Vélez há mais de 20 anos! Essa foi a desculpa dele.
No entanto, no caso de Ernesto Araújo, a quem ele recomendou a Bolsonaro como ministro de Relações Exteriores, ele disse que acertou na mosca. Araújo elogiou abertamente Julius Evola, o guru do ditador fascista italiano Benito Mussolini. Evola é autor de vários livros de direita, antimarxistas e ocultistas. Sim, ele defendia ao mesmo tempo a ideologia anti-marxista de direita e a bruxaria.
Tenho certeza de que ele acertou na mosca, porque Araújo tem as mesmas preferências ocultistas que Carvalho tem.
Se o ocultismo deu azar para Evola e Mussolini, como pode representar boa sorte para o Brasil?
O Brasil não precisa de olavistas no Conselho Nacional da Educação para continuarem trazendo desastres.
O Brasil não precisa de pessoas com histórico ocultista para prejudicar sua sociedade.
O Brasil precisa de integridade e verdadeiro Cristianismo — sem sincretismo.
O Brasil precisa de um encontro com Cristo.
Espero que o pastor presbiteriano Milton Ribeiro seja melhor do que Decotelli, do que os olavistas e do que o notório liberalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. E espero também que ele continue pregando sobre a importância da vara da disciplina, que os pais podem usar para corrigir seus filhos e que Deus pode soberanamente usar para disciplinar governanates.
Com informações de UOL, BBC e G1.
Fonte: JULIO SEVERO